Um dos destinos mais conhecidos dos entusiastas de cruzeiros é, sem dúvida, o Mediterrâneo. Mares geralmente calmos, sol e lugares de referência criam uma ambiência única para quem deseja passar umas férias de sonho.
Categoria: ****
Companhia: Carnival Corporation
Operadora: Carnival Cruise Lines
Construtor: Estaleiros Fincantieri (Itália)
Ano de Construção: 2011
Tonegagem: 128,251 t
Comprimento: 306m
Boca: 37m
Calado: 8,4m
Potência: 6x Wartsila 12V46 diesel-electric 75,600 kW
Velocidade de serviço: 22,5 nós
Capacidade máxima de passageiros: 3646
Elementos de Tripulação: 1367
Oficiais: Europeus
Vida a bordo: Standard
Bandeira: Panamá
10 de Julho era a data marcada para o nosso rendez-vous com a mais recente jóia do grupo Carnival Corp., precisamente o seu 100.º navio, o Carnival Magic! Realizar uma viagem no navio-almirante da Carnival era uma excelente oportunidade para que, simultaneamente, conhecêssemos a companhia americana a operar fora dos habituais itinerários, ou seja, na Europa, bem como desfrutássemos de um navio que tem vindo a merecer excelentes críticas da imprensa internacional.
Porto de Barcelona no dia 10 de Julho
Este cruzeiro era de 8 dias/7 noites e tinha escalas programadas no Mónaco, Civitavecchia (Roma), Livorno (Pisa/Florença), Nápoles e Messina, com partida e chegada a Barcelona.
Depois das habituais ligações de Ponta Delgada para Lisboa e de Lisboa para a capital da Catalunha, chegamos com um dia de antecedência à partida do cruzeiro. Aconselhamos vivamente a todos os cruzeiristas a terem esse pressuposto em conta. Mesmo que já conheçam a cidade, apontem a vossa chegada ao local de embarque, pelo menos, para o dia anterior à partida.
No dia seguinte já o magnífico navio da Carnival nos aguardava, atracado no terminal D do sempre muito movimentado porto de Barcelona. Nesse dia 10 de Julho também estavam no cais os navios de cruzeiro Norwegian Epic, Grand Holiday e Dawn Princess, os dois primeiros a iniciarem os respectivos cruzeiros e o Princess a fazer uma escala do seu itinerário.
O embarque estava marcado para as 11.30 mas 10 horas já lá estávamos mas pelos vistos não fomos os únicos a ir cedo pois muitas pessoas também resolveram ir cedo para o navio. Assinalável também o facto do terminal D Palacruceros ser dos mais modernos e dos mais funcionais terminais mediterrânicos para cruzeiros. No piso inferior efectuava-se o check-in para o embarque num processo que não levou mais que 3 minutos! No piso superior saiam os últimos turistas da viagem anterior. Tudo fluía com uma rapidez assinalável.
Rapidamente deixamos as nossas bagagens com os bagageiros, fizemos o check-in, tiramos as fotos da praxe e num ápice estávamos a bordo do Carnival Magic. Ainda tivemos tempo para saborear águas e sumos à entrada do terminal, numa cortesia da Carnival Cruise Lines. Fomos informados que a bordo estariam 3458 pessoas, a maioria norte-americanos, no entanto relevo para a forte presença russa, cerca de 500 pessoas e para os 24 portugueses num total de 22 nacionalidades.
Já a bordo, procuramos conhecer o navio e as suas principais áreas públicas. Embora fossemos encaminhados para o Lido Market, zona de buffet no deck 10, o objectivo mesmo era percorrer este imenso Carnival Magic.
Começamos pela zona das piscinas, também situadas naquele deck, e deparamo-nos com a principal piscina do barco, a Beach Pool, belíssima piscina ladeada por dois bangalós para quem quisesse estar sentado na água mas à sombra. Imensas espreguiçadeiras abundavam no local e na área circundante destaque para o enorme ecrã Seaside Theatre, 2 bares, a Pizzeria e o Grille. Se aquele ecrã gigante fascinava todos os que por ali circundavam não é menos verdade que havia algo naquela zona que suscitava a atenção dos novos hóspedes.
Waterworks e Splash Zone
O divertidíssimo Waterworks, no deck 12, cativava a atenção de todos, não porque fosse um interessante parque aquático, com 3 formidáveis escorregas, mas principalmente por via do Splash Zone. Este local tinha uma particularidade muito interessante, particularidade essa relacionada com o facto de existir um gigante balde com cerca de 900 litros de água que pouco a pouco vazava sobre aquela zona do parque aquático.
Imaginem um dia muito quente, como por exemplo os 40 graus de Civitavecchia, e colocarem-se debaixo daquela água fresca que jorrava abundantemente…sem dúvida, uma forma diferente para as pessoas se refrescarem!
Muita agradável é a Tides Pool, piscina localizada na popa do navio, também no deck 10, pois possibilita aos banhistas uma visão mais panorâmica para o mar ou para o local onde se encontra o navio. Dar um mergulho com a bonita esteira do navio como pano de fundo é daqueles momentos que ficam na memória.
Interessantes eram os 4 jacuzzis situados no deck 5 junto ao Promenade exterior do navio, dois a bombordo e dois a estibordo. Já se imaginou imerso num grande jacuzzi navegando com a sensação de estar fora do navio?!
Ainda na parte exterior do Carnival Magic, destaque para o Sports Square um local com variadas actividades desportivas ao ar livre como o Turf on Surf, o Sky Course, Sky Track, Sky Court e Sky Fitness. Mesas de ping-pong, matraquilhos, basket, trilhos, mini-golf, fitness são algumas das muitas actividades que se podem praticar nesta extensa área.
No último deck do navio, deck 15, na parte dianteira do mesmo encontramos um vasto espaço designado Serenity, área, como o nome indica, para repouso, longe do inevitável ruído de zonas mais congestionadas. Saliente-se que este local tranquilo destina-se exclusivamente a adultos e possui cadeiras e sofás especiais, muito confortáveis e propícios ao relaxamento e ainda um bar e dois jacuzzis exclusivos para os seus utentes! No piso inferior ao Serenity encontrava-se o Cloud 9 SPA, local para as habituais massagens, sauna e fitness.
Depois deste périplo pelo exterior do navio dirigimo-nos ao nosso camarote localizado no deck 8 e ficamos muito agradados com o abundante espaço, zona para arrumos e funcionalidade do mesmo. Para camarote exterior com varanda este foi dos maiores que tivemos a oportunidade de conhecer. Outro factor relevante e que não queremos deixar de assinalar foi a rapidez com que as nossas bagagens chegaram ao quarto o que raramente acontece.
Quanto ao interior do navio, o primeiro aspecto que chama a atenção prende-se com o facto de não ser, ao contrário do que muitos possam julgar, vincadamente marcado por uma decoração muito ao gosto americano. Encontramos áreas onde houve uma nítida preocupação em dotar o navio de uma ambiência capaz de agradar tanto a americanos com a europeus. Os principais restaurantes à lá carte, o Northern e o Southern Lights são disso ilustrativos, uma vez que apresentam uma decoração muito sóbria.
O bonito e funcional Lido Market, servindo alternadamente como restaurante e local para pequeno-almoço também reflecte essa tendência. Ainda no âmbito da restauração, relevo para os restaurantes temáticos Cucina del Capitano e Prime Steakhouse, ambos locais de boa e afamada gastronomia. Não podíamos esquecer a excelente Pizzaria, o surpreendente Grille para hamburgers e hot-dogs, o vegetariano Tandoor e o Deli para as deliciosas sandes, os 2 primeiros junto à piscina principal e os últimos junto à Tides Pool.
Como seria de esperar, e seguindo o lema da companhia Carnival – The Fun Ships, entretenimento não faltava neste navio, abundavam salões, bares, áreas de lazer, lojas, casino, teatro ou discotecas. É bem evidente que a Carnival procura proporcionar aos seus passageiros momentos de grande descontracção e divertimento pois a animação é constante e cativante, haja é tempo para conseguir abranger o maior número de actividades, extensamente descritas no jornal de bordo FunTimes. Gostamos do Hat Trick Casino, situado no deck 5, dos maiores que já vimos e com uma profusa decoração, do colorido átrio central, das lojas Fun Shops, da discoteca Vibe Dance Club, do Club O2, The Warehouse e Circle C, os três locais para os mais novos e ainda do Escape Bar, Play it Again Piano Bar e Spotlight Lounge.
Especial destaque para o Red Frog Pub, realmente um dos locais mais apelativos para se estar, não só pelo espaço em si ou pela cerveja especial mas sobretudo pela ambiência proporcionada naquele local. É uma das referências deste navio.
Quanto ao itinerário realizado, a Carnival seguiu a habitual rota do mediterrâneo ocidental. A nossa primeira escala foi no Mónaco, local sempre aprazível para uma estadia e visita aos locais mais emblemáticos daquele Principado. Visitamos a espectacular marina, o Oceanário, Palácio, Catedral e Casino, entre outros locais de relevo em Monte Carlo. Muitos passageiros optaram por excursões que para além do Mónaco incluíam visitas a Cannes e Nice. Oportunidade também para conhecer o novo porto e terminal de cruzeiros, obra recente ainda em fase final de acabamentos. Há bem pouco tempo os navios apenas fundeavam.
No dia seguinte atracamos em Civitavecchia, porto que serve basicamente a cidade de Roma e para onde podemos realizar um considerável número de excursões. Optamos por uma excursão denominada Angels & Demons Tour, baseada do filme com o mesmo nome, e que se revelou extremamente bem organizada e interessante. Para os amantes de shipspotting este porto é realmente movimentado e proporciona oportunidade para fotos a vários navios.
Quarto dia de viagem e chegamos a Livorno, cidade portuária que é também “porta de entrada” para a região da Toscana. Pisa e Florença são os pontos de referência para os turistas que aportam a Livorno. As escolhas são muitas, quer para Pisa, quer para Florença. Aconselhamos ambas pois são cidades com muita história e pontos de interesse, embora Florença se destaque em ambos os casos. A simples viagem entre Livorno e Florença vale muito a pena na medida em que a possibilidade de comtemplar a paisagem tão característica da Toscana já por si vale o passeio.
Quinto dia e o Carnival Magic chegava a Nápoles, sempre acompanhado por outros navios de cruzeiro, aliás uma constante em quase todos os portos que visitamos. Esta cidade cada vez mais exibe-se aos turistas como pouco interessante e suja, isto para não falar na incrível desorganização geral do trânsito napolitano. Fazer um passeio a pé pelas suas principais vias é uma verdadeira aventura e nem parece que estamos num país civilizado, razão pela qual aconselhamos vivamente uma visita, em excursão, a Pompeia, Capri, Almafi, Sorrento ou Positano. Percorrer a cidade é sempre muito complicado, mesmo para quem já a conhece!
Ao sexto dia, escala na cidade siciliana de Messina, local muito agradável e acolhedor. A cidade é bonita e está a apostar forte no turismo de cruzeiros. Facilmente se circula pelas principais artérias citadinas e podemos visitar a sua famosa catedral e respectivo campanário, um bonito monumento que merece honras de visita pormenorizada. Para os mais interessados em geologia, uma visita ao Monte Etna será a ter em conta. Algumas horas após zarpar de Messina, o capitão desviou-se ligeiramente da rota para possibilitar aos passageiros a observação de perto do vulcão mais activo na Europa, o Stromboli.
O sétimo dia foi dedicado à viagem de regresso para Barcelona, oportunidade para, mais uma vez, apreciarmos convenientemente o nosso excelente navio. A meio da manhã fomos acompanhados pelo navio de cruzeiros Grandeur of the Seas, da Royal Caribbean, que se dirigia para Palma de Maiorca. Foi nesse dia que se realizou a noite gala, com a presença do capitão Giovanni Cutugno.
Chegados a Barcelona era sinal que estávamos no último dia da nossa estadia a bordo. É um dia sempre nostálgico porque termina uma semana realmente bem passada. A tripulação faz todas as diligências para que saiamos o mais cedo possível mas se ficarmos com as malas por nossa conta podemos tomar o pequeno-almoço calmamente e sair do navio perto das 10 horas da manhã. Não faltam táxis, autocarros ou transferes para onde quer que desejamos ir.
Terminada esta viagem esperamos outras oportunidades para deixar aqui relatos de outras viagens do blogue, quiçá relativo a algum cruzeiro organizado por este nosso Azores Cruise Club.