domingo, 29 de julho de 2012

Inaugurado novo Caís Norte do Porto da Horta

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O novo terminal marítimo de passageiros do porto da Horta, inaugurado este sábado pelo Presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, representou um investimento global da ordem dos 47 milhões de euros. 


A infraestrutura, que começará a ser operada já a partir deste domingo, constitui a 1.ª fase da empreitada de requalificação e reordenamento da frente marítima da cidade da Horta.


Segundo referiu à agência Lusa Fernando Nascimento, presidente da sociedade anónima "Portos do Açores", que gere as infraestruturas portuárias da região, o novo terminal oferece "condições excecionais" para acolher passageiros.


A obra agora inaugurada compreendeu a construção de um novo molhe com 393 metros de comprimento, do cais aderente para ferries (Atlanticoline) e cruzeiros com 270 metros de comprimento e de uma ponte-cais com 80 metros de comprimento, com duas rampas RO-RO aderentes para operação dos navios da Transmaçor.


Carlos César referiu que no caso do turismo de cruzeiros, a evolução também tem sido muito positiva e associada às capacidades que o Governo Regional tem transmitido ao acolhimento especializado nos nossos portos, como é o caso do Faial com a construção deste novo cais. De um volume de atividade perfeitamente residual nos anos noventa, passaram a escalar anualmente os portos dos Açores uma centena de navios de cruzeiros, com cerca de 100 mil turistas a tomarem contato com as nossas ilhas e o arquipélago passou a ser reconhecido internacionalmente como um local qualificado de escala.


Apesar da dimensão da obra, o novo cais tem sido alvo de algumas críticas, por alegadamente não permitir a operação com os grandes navios de cruzeiro que fazem escala na ilha, devido ao calado (-6 metros).


Fernando Nascimento garante, no entanto, que a empreitada de dragagem interior do novo cais (que está a aguardar visto do Tribunal de Contas), vai permitir chegar aos - 8,5 metros. Segundo explicou, com essa profundidade, "todos os navios de turistas que já fizeram escala no porto da Horta, nos últimos três anos, vão poder atracar no novo cais de passageiros".  


O Azores Cruise Club discorda desta última declaração, se atentarmos a navios como o Oriana (com 260 metros de comprimentos) e o Nieuw Amsterdam (com 290 metros de comprimento) que não terão condições de manobra, nem comprimento de cais disponível na nova zona portuária da Horta. Estes navios deverão, infelizmente, continuar a fundear fora do porto. Em princípio (e após dragagem da nova área até à quota de -8,5 metros) todos os navios de cruzeiro que atracam actualmente no molhe comercial poderão fazê-lo no novo cais.


Para além da dragagem das bacias de manobra e estacionamento das embarcações, este conjunto de empreitadas incluiu também a construção de um terrapleno com cerca de 20.000 metros quadrados, de um esporão de guiamento e proteção da foz da ribeira da Conceição com 130 metros de comprimento e de uma gare marítima de passageiros.


Nesta fase, foi igualmente executado o arranjo do espaço público envolvente, incluindo uma nova rotunda, acessos rodoviários ao terrapleno, parques de estacionamento, pavimentações e áreas ajardinadas, bem como novas redes de iluminação pública, abastecimento de água, drenagem de águas pluviais e residuais, telefones e combustíveis.


Com um prazo de execução de 36 meses, esta obra, da responsabilidade da Portos dos Açores, SA, foi executada por um consórcio constituído pelas empresas Somague Engenharia SA, Somague-Ediçor Engenharia SA, Tecnovia Açores - Sociedade de Empreitadas SA, Conduril - Construtora Duriense SA, e Afavias – Engenharia e Construções – Açores SA.


A primeira pedra desta empreitada, que constitui uma das obras mais marcantes realizadas no porto da Horta, foi lançada a 30 de Março de 2009. 


As “obras relevantes na história do porto da Horta”, conforme regista uma placa evocativa hoje descerrada no novo terminal marítimo de passageiros, foram a construção do Cais (Velho) de Santa Cruz, em 1876, o início da construção da Doca da Horta, em 1876, a reparação de grande rombo na Doca da Horta, em 1948, a construção da Avenida Marginal, em 1956-61, a construção da Marina da Horta (Norte), em 1982-86, o reforço do Molhe e construção do Parque de Contentores, em 1992-2000, a ampliação da Marina da Horta (Sul), em 2000-2002, e a construção do Terminal Marítimo de Passageiros, em 2009-2012.


1ª Fase de Requalificação do Porto da Horta (Junho 2010)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Blogue atingiu as 100 mil visitas


Durante este mês de Julho o blogue do Azores Cruise Club atingiu a bonita marca das 100 mil visitas, a cerca de 2 meses de completar 3 anos de existência. Mérito para todos aqueles que contribuem para este blogue, com textos, fotos, informações, dicas, animadas opiniões e discussões. 


Um agradecimento especial a todos os que nos visitam regularmente neste espaço e que concretizaram assim este feito, esta dinâmica à volta do cruzeirismo nos Açores, tornando este blogue numa referência regional, nacional e (porque não) internacional na divulgação do turismo de cruzeiros por estas ilhas Paradisíacas.
Com uma média actual de 126 visitantes diários (número bastante interessante para um blogue temático), o blogue do Azores Cruise Club regista grande afluência de visitantes em dias de escala de navios de cruzeiro nos Açores, com especial destaque para os meses de Abril e Maio. 459 visitas diárias é o recorde deste blogue, conseguido no dia 20 de Fevereiro de 2012, dia em que o Disney Fantasy esteve em Ponta Delgada, na sua primeira escala mundial do navio depois da entregue deste pelos estaleiros de Meyer Werft à Disney Cruise Line.



Em relação aos visitantes, a grande maioria são Portugueses (mais de 80%) seguindo-se Brasileiros (7%) e Norte-Americanos (4%). No entanto a lista de nacionalidades dos visitantes é vasta.



Em finais de Setembro de 2009 o blogue foi criado como blogue pessoal (Bruno Rodrigues), dedicando-se à cobertura de escalas de navios de Cruzeiro em Ponta Delgada (na altura designado como "Cruzeiros em Ponta Delgada"), algo que era pouco divulgado pelos blogues existentes na altura. Desde esses dias as coisas mudaram bastante, e com o passar dos meses cresceu uma pequena comunidade de entusiastas à volta do blogue, que veio a dar origem ao ACC em Janeiro de 2010. 


Este blogue passou então a ser a casa do ACC, principal meio de divulgação das actividades existentes e do desenvolvimento e criação do mesmo. Com essa mudança adoptou-se a designação de "Azores Cruise Club - Cruzeiros em Ponta Delgada", sendo novamente alterada para "Azores Cruise Club - Cruzeiros nos Açores" (designação actual), dada a interactividade gerada com entusiastas de outras ilhas ao longo dos tempos. 


Pretende-se que o blogue divulgue não só as escalas em Ponta Delgada, mas também as escalas nas restantes ilhas dos Açores, como aliás tem sido feito. A divulgação é também feita quer no Canal de Facebook do ACC, quer através da colaboração com outros blogues, revistas e sites nacionais e internacionais.

sábado, 21 de julho de 2012

António Silva em Entrevista à Revista Comvida

Na última edição da Revista Comvida (de que demos conta aqui) o Presidente do Azores Cruise Club, António Silva, foi alvo de uma entrevista que agora publicamos.




Com pouco mais de 1 ano de existência (oficialmente), pode-se nesta altura afirmar que o Azores Cruise Club é indissociável do Turismo de Cruzeiros nos Açores?
Sim. Este é um facto consumado. Não tenho qualquer dúvida que o nascimento do ACC veio trazer uma lufada de ar fresco nesta temática, pois com o dinamismo imposto pelo próprio clube na divulgação do destino Açores temos feito um trabalho bastante meritório nesta área. 

Quantos sócios tem neste momento o Azores Cruise Club e quais as principais atividades que desenvolve?
O ACC tem neste momento perto de 200 sócios, o que para um clube desta natureza é muito bom. As atividades do clube dividem-se em 2 partes.
A primeira é toda a divulgação que é feita das escalas dos diversos navios de cruzeiros nos portos dos Açores, quer noticiando essas mesmas escalas nas nossas páginas da internet quer colocando as fotos das mesmas em alguns sites e mesmo revistas a nível mundial.
A segunda tem sido conseguir levar um número muito interessante de sócios a visitarem alguns navios de cruzeiros que escalam Ponta Delgada, despertando assim o entusiasmo por este tipo de viagens, e nisso temos tido sucesso porque é cada vez maior o número de entusiastas pelos cruzeiros e por este tipo de atividade.

Que novas atividades preveem implementar/organizar a médio-longo prazo?
No contexto atual, é difícil podermos implementar ou organizar novas atividades para além daquelas que já desenvolvemos. Preferimos fortificar e melhorar todo o trabalho que temos vindo a fazer, sempre com o intuito de chamar cada vez mais pessoas á nossa causa e por outro lado continuar a contribuir para que os Açores sejam cada vez mais conhecidos como destino de cruzeiros.

Que medidas, dentro da atividade que Azores Cruise Club desenvolve, têm sido feitas para potenciar o Turismo de Cruzeiros dos Açores?
Como já atrás referi, um dos nossos trabalhos é documentarmos por imagem todas as escalas que acontecem nos Açores e divulgar essas mesmas imagens em alguns sites sobre navios e nas páginas on-line de algumas revistas da especialidade, como é o caso da Cruise Industry News. 

O Azores Cruise Club tem merecido aceitação por parte das autoridades, agentes locais e companhias de cruzeiros? Que tipo de colaboração tem sido feita entre as diversas partes?
Devo confessar que desde a primeira hora temos tido as portas abertas por parte das autoridades locais que contactamos, nomeadamente dos Portos dos Açores, que nos tem facilitado a nossa entrada nos espaços reservados, quer do porto de Ponta Delgada, quer do terminal das Portas do Mar, quer por parte da própria Secretário Regional da Economia que nos apoiou na realização do nosso 2º Salão de Turismo de Cruzeiros.
Igualmente algumas das agências de viagens locais e mesmo nacionais têm marcado presença aquando a realização das exposições que realizamos, patrocinando inclusive o sorteio de viagens de cruzeiros.
Outra colaboração que considero muito importante, tem sido aquela que nos têm sido dado por quase todos os agentes de navegação locais, que nos têm proporcionado que possamos levar alguns sócios do clube a efetuarem visitas a navios de cruzeiros.

 
Na sua óptica, que iniciativas poderiam as autoridades locais promover, de modo a dinamizar as escalas de navios de cruzeiro na região de modo a manter/aumentar o fluxo deste tipo de turismo?
Um dos principais obstáculos que os Açores têm é indiscutivelmente a sua posição geográfica no meio do Atlântico. Cada vez mais as companhias preocupam-se com a poupança de combustível, o que coloca os Açores numa posição mais desfavorável do que outros portos, principalmente o Funchal e as Canárias.
Os Portos dos Açores têm feito um trabalho meritório no sentido de cativar cada vez mais as companhias de cruzeiros a escalarem os Açores e tenho a certeza que aos poucos vamos conseguir aumentar o fluxo de navios de cruzeiro nos Açores, principalmente que agora os Açores vão dispor de uma nova infraestrutura, que é neste caso o novo cais de cruzeiros da cidade da Horta.

Concorda que as Portas do Mar enquanto Terminal de Cruzeiros veio dar um novo impulso a este tipo de turismo na região, em especial na chamada Época Baixa? Que desafios se colocam a esta infraestrutura?
É um facto de que com o nascimento das Portas do Mar, o turismo de cruzeiros sofreu um grande incremento, derivado principalmente ao facto de que as condições oferecidas são agora muito melhores, pelo facto de que os passageiros desembarcam já na própria cidade, o que não deixa de ser aliciante.

Ponta Delgada recebe neste momento cerca de 60 escalas anuais de navios de cruzeiros. Até onde pode crescer esse número nos próximos anos?
Com o trabalho que tem vindo a ser realizado pelos Portos dos Açores junto dos principais operadores de cruzeiros, dando a conhecer as nossas estruturas portuárias e as nossas belezas, penso que poderemos chegar às 100 escalas nos próximos anos, aliado ao facto de algum clima de saturação que já começa a aparecer no Mediterrâneo.
Se a este fator se juntar medidas que possam atrair as empresas de cruzeiros, penso que aquele número poderá ser atingido. 

Muito se tem falado da possibilidade de integração dos Açores em itinerários fora dos períodos de reposicionamento. O que falta para que se concretize tal desígnio, numa altura de contenção económica por parte das companhias de cruzeiros?
Cativar as companhias a realizarem cruzeiros pelos Açores fora das datas de reposicionamento não será fácil, visto que principalmente no Verão os operadores procuram oferecer itinerários que não são possíveis de fazer noutras alturas do ano. Agora se oferecermos condições económicas aos operadores, tais como a diminuição de taxas, melhores preços em combustíveis, poderemos começar a vencer esta batalha. Aliás já este ano e em 2013 um dos principais operadores de cruzeiros irá escalar Ponta Delgada em dois cruzeiros com saída de Inglaterra e tenho a certeza que outras companhias o irão fazer, pois a concorrência é cada vez maior entre as mesmas e nota-se que quando uma começa a fazer determinado itinerário outras aparecem a fazer o mesmo.

O novo Cais Norte do Porto da Horta poderá para contribuir para o incremento desse tipo de itinerários? Na sua opinião que outras infraestruturas seriam necessárias nos Açores para atrair mais navios?
Com o nascimento do novo cais de cruzeiros da Horta os Açores já terão dois portos para escalas de navios de cruzeiros, o que é sem dúvida mais aliciante para as próprias companhias, que assim já poderão organizar escalas com 2 toques nos Açores.
Penso que se a estes dois portos adicionarmos alguns melhoramentos no porto da Praia da Vitória, ficaremos com infraestruturas suficientes para atrair mais escalas nos Açores. 

 
O Turista de Cruzeiro que sai nos Portos dos Açores, o que procura nas nossas ilhas?
Penso que procura a novidade, a descoberta das nossas belezas que são muitas e também o descobrir a nossa cultura, que é muito vasta e rica. 

Os proveitos económicos destas escalas nos Portos Açorianos têm sido bastante discutidos ultimamente. Quem fica a ganhar com este tipo de turismo?
Ficamos todos e, discordo frontalmente de todos aqueles que dizem que o turismo de cruzeiros não interessa, pois se assim fosse não se compreenderia que cada vez mais, todas as cidades e portos vocacionados para o turismo de cruzeiros estejam apostados em melhorar as condições oferecidas aos operadores de cruzeiros, e este facto pude constatar agora na Miami Seatrade 2012 em que estiveram presentes dezenas de países, mostrando as suas estruturas portuárias aos operadores de cruzeiros num claro convite ás suas escalas nesses mesmos portos e regiões. 

Pensa que existem no nosso tecido empresarial empresas que poderiam tirar mais proveitos deste tipo de turismo e que não o fazem atualmente?
Confesso que nesta matéria é difícil pronunciar-me, visto que este tipo de turismo procura determinadas atividades, e são essas atividades que trazem os tais proveitos económicos e geram a tal riqueza que fica distribuída por quem está nessas mesmas atividades.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Terminal de Cruzeiros de Angra deve ter projeto revisto

Fonte: Jornal Diário Insular (site Portos de Portugal)
Fotos: Arquivo Online Jornal Diário Insular

O Conselho de Ilha da Terceira emitiu, no passado dia 27 de Junho, um parecer sobre o Terminal de Cruzeiros que está previsto construir em angra do Heroísmo, onde instiga as autoridades a rever o projeto para que se acautelem aspetos ligados à segurança portuária e à sua própria rentabilidade. Segundo lembra o organismo presidido por António Maio, um cais desta natureza deverá ter capacidade suficiente para abarcar cruzeiros até 350 metros. “Assim sendo, os decisores políticos e os organismos técnicos responsáveis pelo projeto deverão encontrar a melhor via para enquadrar um projeto inovador, funcional, seguro e rentável que potencie um melhor aproveitamento da baía e a sua ligação à malha urbana”, escreve o Conselho de Ilha no parecer. Por outro lado, adianta, deverá aproveitar-se a oportunidade para reformular a marina e o cais do Porto Pipas, consideradas “peças dissonantes de uma harmonia e complementaridade que a baía e a cidade merecem e exigem, pelo seu passado histórico e glorioso e que, nós, enquanto agentes da modernidade, temos o dever de acautelar.”. 

 
UNESCO
No mesmo parecer, o Conselho de Ilha da Terceira sugere que o projeto do Terminal de Cruzeiros seja apresentado à Unesco. Na opinião do organismo devem ser pedidas linhas orientadoras à organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura para que se avalie a compatibilidade do projeto com a classificação da cidade como Património Mundial da Humanidade. “Esta classificação jamais poderá ser posta em causa”, sustenta. De facto, referem os conselheiros de ilha, o que se pretende com este cais é que possa servir para valorizar e incrementar a componente turística “de uma malha urbana que se orgulha dos seus pergaminhos históricos, reconhecidos na sua classificação de Património Mundial pela Unesco”. Ao mesmo tempo, espera-se que este investimento contribua para que este tipo de turismo, associado à navegação de cruzeiros no atlântico, encontre condições para a sua expansão, reforçando ainda a ligação da cidade ao mar e consolidando o aproveitamento e a integração da sua zona costeira. 

 
MAIS INVESTIMENTO 
O Conselho de Ilha da Terceira, reunido em sessão extraordinária no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, revela no documento “satisfação pelo significativo volume de investimento na ilha Terceira”. O organismo recorda que o volume de investimento é de 80 milhões de euros, sendo que 95% são provenientes de Fundos Estruturais da Europa. No encontro do Conselho, foi ainda manifestada “forte convicção de que tal esforço possa gerar dinâmicas multiplicadoras ao nível da atividade económica e consequentemente do emprego, numa conjuntura que se caracteriza como recessiva e problemática em termos da atividade económica da Região, como, aliás, é unanimemente reconhecido, como consequência da grave crise que assola o nosso país e, com inevitáveis reflexos, no quotidiano dos açorianos”. Recorde-se que o projeto para a construção do Terminal de Cruzeiros encontra-se em fase de consulta pública. Este é mais um parecer a juntar ao da Câmara de Comércio de angra do Heroísmo, que também aconselha que o projeto seja repensado e reformulado. A associação representativa dos empresários instiga igualmente ao redimensionamento da marina da baía da cidade.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conferência "Cruzeiros Marítimos - Um sector em forte crescimento"


 
A Conferência Cruzeiros Marítimos, promovida pelo FEEM em parceria com o jornal OJE, que se realizou no dia 5 de julho, no Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa e da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, não deixou margem para dúvidas: o setor está em forte crescimento e é preciso aproveitar esta onda positiva numa altura em que o país está mergulhado numa grave crise.

É certo que o setor dos Cruzeiros Marítimos está a crescer a dois dígitos em Portugal  e em contraciclo com a economia. Portugal é o 12.º país europeu com mais impacto direto da indústria dos cruzeiros: 195 milhões de euros em 2011. Mas também é certo que os recursos captados valem apenas 2% do turismo, sendo necessário aproveitar o potencial ímpar do continente e das ilhas da Madeira e dos Açores.


Para isso, há que responder aos desafios que são impostos ao setor  e que merecem o trabalho e a dedicação de todos os intervenientes ligados à indústria dos Cruzeiros Marítimos. A ideia é "criar e captar negócio na perspetiva de rede. Faz sentido caminhar lado a lado", disse Bruno Freitas, diretor regional do Turismo da Madeira, na sua intervenção, durante a Conferência Cruzeiros Marítimos, promovida pelo Fórum Empresarial da Economia do Mar (FEEM) em parceria com o jornal OJE, que decorreu no passado dia 5 de julho, em Lisboa.

"A aposta nos cruzeiros é a melhor forma de promover o destino. Um bom acolhimento capta o interesse e potencia o turnaround", defendeu. "As entidades responsáveis pelo turismo devem olhar com alguma diferenciação para o que o setor dos cruzeiros representa em Portugal", apelou, por seu lado, Filipe Macedo, responsável do Porto de Ponta Delgada. Algo a que Frederico Costa, presidente do Turismo de Portugal, não é alheio, reconhecendo que Portugal está a crescer acima da média mundial. "O Turismo de Portugal acompanha tudo e não existe nada que cresça ao ritmo dos cruzeiros. O trabalho que está a ser feito é muito bom", apontou o responsável. Mas, no que diz respeito ao investimento em potenciais infraestruturas ou melhoramento dos portos, Frederico Costa advertiu: "Sabemos como o país está. O momento pode não ser o ideal".

 Portos dos Açores, SA, representada pelo Dr. Filipe Macedo, no painel de palestrantes
na conferência ”Cruzeiros Marítimos - Um sector em forte crescimento" 

Mesmo assim, na opinião de António Belmar da Costa, diretor executivo da AGEPOR, "o equipamento portuário de que dispomos permite encarar o crescimento de uma forma natural". Para o responsável, é altura de "atrair os navios grandes e os mais pequenos, de sermos mais seletivos e de olhar para nichos". Belmar da Costa salientou ainda a urgência de se promover os produtos portugueses a bordo dos embarcações e a necessidade de as cidades apoiarem mais os portos, como faz a Madeira, que prima pelo Grau de Excelência de Qualidade. Bruno Freitas, diretor regional do Turismo da Madeira, salientou que tem de haver preocupação com a oferta turística e de inovar nas cidades. Em 2011, o turismo de cruzeiros atraiu, à Madeira, 540 mil turistas, 303 escalas e gerou 50 milhões de euros em receitas totais para a economia local. O número de passageiros está a crescer 10% ao ano no Porto do Funchal. 

Entre os desafios que se colocam à actividade sobressaem a diversificação dos mercados de origem (ainda muito concentrados na Europa, e em particular na Alemanha e no Reino Unido), a redução da sazonalidade e o aumento do impacte directo na economia nacional. 

Os portos de Lisboa e Leixões têm em curso a construção de novos terminais de cruzeiros. E o mesmo já fizeram o Funchal e Ponta Delgada. São investimentos vultuosos mas, como concluiu o estudo do European Cruise Council, cada milhão de euros gasto na indústria de cruzeiros gera 2,45 milhões de euros de volume de negócios.