sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cais de Cruzeiros de Angra do Heroísmo em Discussão Pública

Panorâmica actual do Porto Pipas - Angra do Heroísmo

Sessenta milhões de euros, é quanto deverá custar o futuro cais de cruzeiros de Angra do Heroísmo.

O projecto visa a construção de um cais com cerca de 400 metros de comprimento. A ideia é apresentada hoje à noite, mas a o obra só deverá arrancar na próxima legislatura, isto porque o governo regional já assumiu a sua recalendarização.

 
Vasco Cordeiro já adiantou que a obra não avança ainda nesta legislatura, sendo que neste momento decorre o período de discussão pública do projeto.

O projeto idealizado para o terminal de cruzeiros de Angra do Heroísmo inclui um cais com um comprimento de 350 a 400 metros, fundos de serviço - com 12 metros - uma plataforma de apoio de 20 metros de largura, um terrapleno de 20.000 m², uma rampa para navios ferry roll on-roll off e uma gare que servirá os passageiros do terminal de cruzeiros e o transporte de passageiros inter-ilhas.

A Direcção Geral dos Portos da Terceira e Graciosa (ex-APTG) apresentou no dia 25, no pequeno auditório do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, a "Elaboração do projeto de execução, do estudo de impacte ambiental e das peças processuais para a execução da empreitada de construção do terminal de cruzeiros de Angra do Heroísmo".



Na apresentação foram abordadas as questões da prestação de serviços, condições base a que deverá obedecer o terminal de cruzeiros, condições naturais, condições de abrigo e obras a fazer.

Foram apresentadas dúvidas sobre a operacionalidade, para navios de cruzeiro de 300 ou mesmo menos metros, da solução apontada, que implica a construção de um cais com 350 metros. Presente na sessão, um dos mais experimentados pilotos dos Açores deu por certo que na versão apresentada será muito difícil ou mesmo impossível manobrar um barco de cruzeiro dentro da baía, que terá que entrar de popa e não de proa.


O mesmo piloto levantou muitas reservas ao molhe de proteção proposto, que é de pouco mais de 500 metros. Apontou para 900 metros como uma solução mais fiável. O piloto recomendou a alteração à abertura entre o Monte Brasil e a cabeça do molhe proposto, por entender que o canal criado é insuficiente para uma manobra adequada. A equipa que elaborou os documentos apresentados alegou que a solução foi estudada em modelos por parte de entidades idóneas, mas não fechou as portas a alterações.

Foram também apresentadas propostas no sentido de recuar os terraplenos previstos, para ganhar uma zona de mar mais próxima do atual porto, criando eventuais melhores condições para o cais, e tendo por objetivo construir zonas de reparação naval para veleiros. Foi afirmado na audiência que Angra do Heroísmo é um bom local no Atlântico para esse tipo de atividade.

Foi ainda levantada a possibilidade de o cais passar de 350 para 400 metros, permitindo assim a Angra do Heroísmo integrar-se na rede regional de cruzeiros em igualdade de circunstâncias com Ponta Delgada, que pode receber barcos até, pelo menos, 350 metros de comprimentos.

Outra questão levantada na audiência tem a ver com a falta no estudo de impacto ambiental de uma componente relativa ao impacto de massas humanas, eventualmente provenientes dos cruzeiros, no casco da cidade de Angra do Heroísmo.


Presente na sessão, o diretor dos Transportes, Nuno Domingues, convidou a população a colocar por escrito as suas questões no período de consulta pública.

Fontes:
RTP Açores (2011/10/25)

Referências Cronológicas:

6 comentários:

Anónimo disse...

Nos Açores continuamos a fazer vida de "ricos". É a conclusão a tirar deste projecto do chamado "cais de cruzeiros" para Angra do Heroismo. E, continuamos, sobretudo, a dar uma imagem de pacóvios, sem ideias, sem projectos dignos desse nome e que possa potenciar e economia. Esta tem sido a pecha da autonomia. Desde sempre! Nunca tivemos capacidade para passar a fase do "cimento". Nem quando estes eram oposição, nem quando a oposição era governo. Lembram-se daqueles celebres posições dos deputados sociais democratas terceirenses que abandonaram um congresso do seu partido criticando o seu partido, e Mota Amaral, por não saberem ou terem capacidade de passar à fase de rendibilização dos "projectos do cimento"?. Pois já lá vão 20 anos! E, nós no mesmo: mais cimento, mais obras a duplicar. Passa pela cabeça de alguém discreto fazer na mesma ilha duas infraestruturas como as que estão em causa?
Vem, vem depressa Berta Cabral. Estes já deram para este peditório e disfarçam mal a sua incompetencia.

Anónimo disse...

mais milhoes para nada ou quase nada as Portas do Mar em S Miguel andam a maior parte do ano sem movimento exceptuando umas poucas dezenas de escalas posicionais

FranciscoM disse...

Isto aqui é com cada opinião. Até dá dó.

Em relação à 1ª opinião, não vejo por anda o investimento em cimento ?

Só há três anos é que se investiu em PDL ?

Faial e Terceira, onde estão os novos portos para passageiros ?

Se calhar é por isso que nunca evoluimos estes 20 anos.

Nada se fez e quando se quer fazer levantam-se ondas de indignação.

Aprendam um poucos com os suecos que tem não 1 mas sim 2 terminais:

http://www.avidcruiser.com/stockholm/2011/06/10/vision-turns-to-reality-as-new-cruise-center-opens-in-stockholm/

Em relação à segunda opinião é um disparate.As portas do mar são mais do que um simples cais de cruzeiros, servem o movimento ferry, tem um marina, lojas, etc... Portanto são usadas todo o ano. E se não existem mais escalas é pq ilhas como a Terceira e Faial n têm condições para receber os grandes navios de cruzeiros que assim não optam pelos Açores nos cruzeiros de verão. Ninguém que passar 4 de mar apenas para visitar um ilha. É por isso que empresas como a P&O e a Celebrity acabam por ter enormes dificuldade em vender os cruzeiros Açores/Canárias. Vejam o que aconteceu com o Bremen, q praticamente já tem o cruzeiro de 2012 todo vendido, pq é um cruzeiro aos Açores, realizado por uma empresa com grande qualidade e influência. Não é este tipo de cruzeiro misto Canárias e Açores, que não é uma coisa nem outra.

Infelizmente parece haver muita resistência na ilha Terceira sobre este projecto. Ainda não percebi bem pq. Temo que seja uma certa mentalidade que existe nos Açores que está sempre relacionada com a ideia que só podemos receber navios,iates ou aviões que por aqui passam em viagens transatlânticas. Não percebem que é possível criar esse mercado. Se ilhas como a Terceira,Faial e Pico tivessem boas condições empresas com a Tui ou Aida estavam cá em força como fazem com os fjordes

http://www.seascanner.com/reise.php?reise=37305

E isto não são cruzeiros temáticos.
Alguém que explique ao Sr Pedro Moura que nem todos os cruzeiros que fazem escala em várias ilhas são considerados temáticos...

Anónimo disse...

Há aqui duas evidentes tendências, uma do Sr. FranciscoM (que realmente sabe do que fala) e de um anónimo que é claramente partidarista e que nos brinda com uma série de críticas fáceis e com uma visão muito limitada sobre o que escreveu. Os tempos são dificeis, isso todos nós sabemos, agora o que esse senhor ou senhora, que vê na Dr.ª Berta Cabral a salvadora da Região,nos transmite é de uma clara falta de conhecimento daquilo que fala. Acha mesmo que os navios de cruzeiro vão vir mais vezes à região se tivermos apenas 1 ou 2 portos verdadeiramente preparados para o efeito???
Dou-lhe um conselho, leia a última revista Convida e veja a opinião de 2 efectivos especialistas nesta matéria. Pode ser que fique realmente elucidado!
Cumps

Anónimo disse...

É claro que andam por aí uns escribas "oficiais" a botar faladura, como se fossem entendidos na matéria. Pacienciencia!
Então faz algum sentido fazer o cais de cruzeiros em Angra quando existe um porto na Praia que pode ser adaptado para essa finalidade? As Tuis querem lá saber se o porto é aqui ou ali, querem é condições para operar. O resto é cantiga e incapacidade do poder para "gastar" o nosso dinheiro em projectos reprodutivos.

FransciscoM disse...

Caro Anónimo, vc deste assunto deve perceber é pouco.

Primeiro você é contraditório. Diz que a empresa não quer saber se o porto é ali ou acolá, mas depois já diz que afinal a empresa quer é condições para operar. Portanto deduzo das suas palavras que a localização é indiferente. Para si se as Portas do Mar tivessem sido feitas no Nordeste era exactamente o mesmo que em PDL. Obviamente que está errado na questão da PV, por várias razões:

1ªGrande parte dos navios que hoje escalam a Terceira e cujas características permitem atracar em Angra acabam por optar por esta última. Porque naturalmente Angra é a mais valia da ilha Terceira. É o principal atractivo para quem a visita. Sendo assim deduzo que qualquer passageiro que desembarque na ilha Terceira tenha sempre a cidade Património como desejo de visita principal. Imaginemos agora uma navio com 2000 passageiros a atracar na PV. Como vai proceder ao seu transporte para Angra ? Autocarros ? Estariamos a falar de mais de 30 autocarros! Há isso na ilha Terceira ? Quem paga ? As empresas e os clientes ? Seria um custo acrescido desnecessário. Não vejo lógica nenhuma em tirar um cais em Angra e coloca-lo na PV para depois levar os passageiros para Angra. Com um cais em Angra a operacionalidade e custos melhoravam e muito ( acesso directo à cidade, menor custos com transportes)

2º-Um cais em Angra melhoria em muito a imagem da ilha Terceira no mercado de cruzeiros. Hoje um navio que escale a PV transmite uma imagem muito pobre da ilha. Vejo sempre navios distantes, longe da cidade, lojas e movimentos, parecem quase perdidos no Porto. As escalas passam quase despercebidas na própria população. Basta até olhar para a blogosfera e ver que existem blogs sobre cruzeiros ou que abordam este tema em muitas ilhas, mas da ilha Terceira nem conheço 1. Praticamente não existem fotos dessas escalas em muitos sites da especialidade. Não é algo muito fácil de explicar, tem haver com Marketing e imagem. Um cais em Angra possibilitaria um maior contacto entre população e navio, entre passageiros e cidade, transmitindo uma melhor imagem e maior promoção.