sábado, 22 de maio de 2010

Memórias: Holland America Line (Parte 2/2)

Texto: André Moura (ACC)
 
O crescimento do mercado de cruzeiros levou os responsáveis da Holland America a adquirirem mais dois navios, desta feita fizeram-no com a compra, à companhia norte-americana Moore Mc Cormack Lines, do Brasil e do Argentina, que respectivamente receberam as novas designações de Volendam e Veendam (na foto). 


Eram navios de construção americana, luxuosos mas também dispendiosos a nível de manutenção, no entanto serviam os intentos da companhia holandesa, que pautava cada vez mais o seu serviço por uma categoria acima da média.

Nesta nova tendência de mudança, que se nota pelas fotos, os navios da HAL abandonaram o tradicional cinzento do casco e a chaminé tricolor em função de um casco azul-escuro, que ainda hoje se mantem e a chaminé laranja.

1971 marca um importante acontecimento na história desta transportadora quando o magnífico mas já “idoso” Nieuw Amsterdam realiza a última travessia Roterdão-Nova Iorque. Era o adeus de quase uma centúria de travessias atlânticas, facto que não foi alheio à afirmação do avião como meio de transporte de eleição. Dois anos mais tarde seria a despedida daquele magnífico navio, vendido a sucateiros em Taiwan.


Precisamente em 1973, a HAL introduziu um navio novo na sua frota, o Prinsendam (não confundir com o actual e nosso próximo visitante), navio de pequenas dimensões e apenas 9000 toneladas mas foi um navio que ficou na história da companhia pelas piores razões. A 11 de Outubro de 1980, no Golfo do Alasca, o Prinsendam sofreu um grande incêndio na casa das máquinas, acabando posteriormente por se virar e afundar.

 
Apesar desta evidente contrariedade, esta embarcação teve o condão de ter dado um significativo contributo na projecção que os cruzeiros no Alasca durante a década de 80 foram obtendo. Neste sentido, foram reposicionados quer o Rotterdam quer o remodelado Statendam (foto acima), para fazerem cruzeiros para aquelas paragens.

 
Em 1983 duas novas unidades foram acrescentadas à elegante frota holandesa, com a introdução dos novos e idênticos Nieuw Amsterdam e Noordam (foto acima), altura em que também a HAL se integrou com uma subsidiária sua, a Westours Inc. Navios de categoria e refinada decoração mas que nunca chegaram a conquistar o coração dos que neles viajavam, acabaram por ser cedidos à Thomson, ostentando na actualidade os nomes de Thomson Spirit e Thomson Celebration.

 
Em Julho de 1987, a HAL expande-se de uma forma notória, primeiro com a aquisição de 50% da Windstar Cruises Inc. e no ano seguinte com a compra da companhia grega Home Lines. Nesta última aquisição, estavam integrados dois navios, o Atlantic e o Homeric (foto acima), mas ambos acabaram por ter sortes diferentes uma vez que o Atlantic foi vendido à Premier Cruise Lines e o Homeric foi integrado na frota da HAL, com o nome de Westerdam. Em 1988, a HAL comprava os restantes 50% da Windstar Cruises e ficava assim com a totalidade desta última.

 
Neste mesmo ano, de comprador a HAL passou a empresa adquirida, tendo sido transaccionada pelo gigante americano Carnival Holdings Ltd, por um valor a rondar os 625 milhões de dólares. Se a companhia já prosperava antes de ser integrada na Carnival, após esta situação os efeitos de ainda maior crescimento fizeram-se logo sentir com a encomenda inicial de 3 novos, acabaram por ser 4, navios aos estaleiros italianos de Fincantieri. O primeiro, em 1993, foi o Statendam (foto acima), seguindo-se o Maasdam, Ryndam e Veendam. São 4 navios idênticos e que operam actualmente nos quatro cantos do mundo nas mais variadas rotas.


Entre 1997 e 2000, quatro novos navios foram introduzidos nas rotas da Holland America, sucessivamente o Rotterdam, Volendam, Zaandam (foto acima) e Amsterdam, embora estejam todos integrados na classe R (Rotterdam), o Volendam e Zaandam têm os canos em formato diferente e o design do navio também difere dos outros dois.


A propósito dos canos ou chaminés, de realçar que agora a HAL tem os seus navios com a zona das chaminés pintada de branco com o símbolo da companhia desenhado a azul. Em nossa modesta opinião, o conjunto tricolor dava outro charme a esta famosa companhia…

 
Em 2002, o então Seabourn Sun foi transferido da Seabourn Cruise Line para a Holland America e renomeado Prinsendam. Também neste ano foi introduzida a famosa classe Vista na frota holandesa, com o lançamento do Zuiderdam, seguindo-se os gémeos Oosterdam, Westerdam e, em 2006, o Noordam (foto acima).

No ano de 2008, assistimos ao lançamento do moderníssimo Eurodam, da classe Signature, classe esta que, de certa forma, é uma evolução da classe Vista.

Para o corrente ano, teremos o lançamento, em Julho, do novíssimo Nieuw Amsterdam (em baixo), também ele da classe Signature, navio que herda uma pesada responsabilidade de ser o navio almirante de uma frota de prestígio e de uma companhia centenária mas que não tem descurado os seus padrões de elevada qualidade e serviço Premium, que continuam a servir de referência no panorama mundial. Este gigante holandês continua bem vivo, primando pela elegância, qualidade e distinção, que fazem da Holland America Line uma companhia de eleição.


Referências

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