domingo, 24 de janeiro de 2010

Memórias: P&O Cruises


Nada melhor do que escrever um pouco da companhia de Cruzeiros mais antiga do mundo para dar início à rubrica de Memórias do blogue.
A P&O Cruises surgiu na década de 40 do século XIX. Hoje em dia continua a ser (como foi desde o início) uma companhia Britânica, embora actualmente seja uma das operadoras da gigante Carnival Corporation. Foi parte da Peninsular & Oriental Steam Navigation Company até 2003.



 "PS Ripon" a sair de Southampton em 1854 - Fonte: António Silva

A companhia iniciou a sua actividade com a designação de Peninsular & Oriental Steam Navigation Company e só em 1904 iniciou as viagens de cruzeiro em primeira classe com o navio Vectis. Em 1914 fundiu-se com a British india Steam Navigation Company, deixando a frota agora com um total de 197 navios nos vários sectores de actividade.
Um dos marcos mais importantes na história da P&O foi a compra de 51% da Orient Steam Navigation Company no final de 1918, expandindo assim as suas operações de correio e cruzeiros para o Índico e Oceânia.
Mais tarde, com a II Guerra Mundial, a P&O sofreu a perda de 156 navios, incluindo cruzeiros como o Viceroy of India. Entraram então ao serviço navios como o Cathay, Oronsay, Orcades. De realçar as escalas frequentes dos navios Orcades, Chusan e Arcadia nos Açores ao longo das décadas de 60 e 70.
No pós-guerra a aviação civil estava em ascensão na indústria dos transportes. Como tentativa de manter a competitividade, os novos navios eram maiores e mais rápidos, de tal forma que a viagem para Austrália passou a ser feita em 4 semanas, em vez de cinco.
Em 1955 a P&O e Orient Lines encomendaram os seus últimos navios de passageiros da linha do Oriente: o Canberra e o Oriana. Estes rápidos navios reduziram para 3 as semanas de viagem entre a Europa e a Austrália, com o Oriana a marcar os 30 nós de velocidade nos testes de mar. Tanto o Canberra como o Oriana escalaram os Açores em várias ocasiões.


Canberra em Ponta Delgada - 1984 - Fonte: Wikipédia

Em 1961 a P&O adquiriu as restantes acções da Orient Lines e alterou a designação da sua operação de passageiros para P&O-Orient Lines. Com a decrescente popularidade das viagens de passageiros nas décadas de 60 e 70, o turismo de cruzeiros assumiu um importante papel na continuidade da linha do Oriente.
Em 1974 a P&O adquiriu a Princess Cruises, o que permitiu transferir o novo Spirit of London para a frota da Princess. O Canberra e o Oriana continuaram a servir o mercado Britânico, o Arcadia serviu a Austrália e o Uganda foi utilizado para Cruzeiros Educacionais. Em 1977 a divisão de passageiros da P&O mudou a sua designação para P&O Cruises
O Sea Princess (antes Kungsholm) foi adquirido à Flagship Cruises em 1979 para substituir o Arcadia em fim de carreira na Austrália. Em 1982 o Oriana substituiu o Sea Princess na Austrália, que por sua vez passou a operar na Europa. Depois da guerra das Ilhas Falkland em 1986, o Canberra regressou do serviço militar e operou sozinho no mercado Britânico, passando o Sea Princess para a frota da Princess Cruises.
Com o passar dos anos e a iminente saída de serviço do Canberra, a P&O encomendou o actual Oriana, entregue em 1995. Dois anos mais tarde o Canberra foi desmantelado e substituído pelo Star Princess, hoje denominado Ocean Village (teve também a designação de Arcadia entre 1997 e 2003). 



O Arcadia (1997-2003) foi o primeiro navio da P&O dedicado a cruzeiros restritos a adultos, um conceito que veio a ser aplicado no segundo Sea Princess, o Adonia. Desde então o Adonia foi transferido de volta à Princess Cruises e substituído em 2005 pelo novo Arcadia. O antigo Arcadia juntou-se à Ocean Village (uma nova subsidiária vocacionada para jovens) e foi-lhe atribuído o nome da própria companhia: Ocean Village.


O Aurora entrou ao serviço em Abril de 2000. É um navio muito semelhante ao Oriana no exterior e completamente diferente no interior, sendo um navio de maior tonelagem.
O Oceana (ex-Ocean Princess), um navio semelhante ao Sea Princess, passou a fazer parte da frota da P&O na mesma altura que o Adonia. No entanto o Oceana ainda hoje faz parte da frota. Outro navio da Princess, o Artemis, juntou-se à frota em 2005, sendo actualmente o navio mais pequeno da P&O Cruises.
Em 2000 a companhia mudou novamente a sua designação, desta vez para P&O Princess. Isto significou a independência do grupo P&O.
Em 2001 existiram negociações para a compra da P&O Princess pela Royal Caribbean e pela já falida Festival Cruises. No entanto foi a Carnival Corporation quem adquiriu a P&O Princess, voltando a separá-la em duas companhias: P&O Cruises e Princess Cruises. A Carnival mantém as operações na Austrália com 4 cruzeiros (os Pacific) operados pela P&O Cruises Australia. Em breve juntar-lhes-se-ão os navios da Ocean Village, que encerrará operações em 2010.
Em 2008 entrou ao serviço o Ventura, que é neste momento o navio mais novo da frota da P&O Cruises, mas não o será por muito mais tempo, uma vez que o Azura tem viagem inaugural marcada para Abril de 2010. Ambos são navios Grand Class.


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