quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Turistas dos cruzeiros taxados em 3 euros em 2011

Nuno Miguel Silva e Pedro Latoeiro


Cada passageiro embarcado terá de pagar três euros. A autorização para vir a terra custa mais dois euros. 

Foi já publicado em Diário da República o Decreto-Lei e a Portaria que criam novas taxas para os navios que passem por Portugal, independentemente da sua natureza ser turística ou comercial.

Cada passageiro embarcado terá, já a partir de 1 de Janeiro, de pagar três euros para circular por Portugal e, se pretender vir a terra, será obrigado a desembolsar mais 2 euros. São ainda criadas duas outras tarifas: 80 a 90 euros pela emissão da documentação de saída do navio - dependendo se a embarcação tem bandeira nacional ou comunitária, ou não comunitária -, e 1 euro pela concessão de visto para os tripulantes das embarcações comerciais virem a terra.

Os valores serão cobrados pelo SEF, revertem para o orçamento do organismo, e passarão a ser actualizados anualmente consoante a taxa de inflação calculada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Isentos ficam os navios-hospitais, os navios da Armada Portuguesa, as embarcações em missão científica, alguns equipamentos ao serviço do porto e as embarcações de tráfego local.


"Vamos perder escalas de navios de cruzeiro"

António Belmar da Costa, director executivo da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal, escreveu uma carta a José Sócrates, Rui Pereira e António Mendonça, onde avisa que estas tarifas poderão traduzir-se em "acréscimos de custos que poderão ser de 8 mil euros", afectando a competitividade dos portos portugueses e pondo "em causa duas áreas de negócio que deverão contribuir decisivamente para o Portugal do futuro: as Exportações e o Turismo".

Já em declarações ao Económico, o responsável afirma que "Vamos perder bastantes escalas de navios de cruzeiro se estas taxas forem para a frente. O efeito pode não se sentir já em 2011, porque muitos cruzeiros já estão encomendados e organizados, mas, a partir de 2011, vamos ter um recuo muito significativo num sector que tem estado a registar fortes crescimentos nos últimos anos".

O turismo de cruzeiros em Portugal gera receitas directas de cerca de 180 milhões de euros por ano, segundo um estudo recente divulgado pela APDL - Administração dos Portos do Douro e de Leixões.

Este sector de actividade deverá trazer este ano a Portugal Continental e Regiões Autónomas cerca de um milhão e meio de pessoas, incluindo cerca de um milhão de turistas e entre 400 e 500 mil tripulantes, segundo as estimativas avançadas ao Económico por Belmar da Costa.

O crescimento desta actividade levou os portos de Lisboa e de Leixões a fazerem avultados investimentos, de quase 45 milhões de euros, que estão em curso, em novos terminais de cruzeiros: cerca de 25,5 milhões de euros em Santa Apolónia e cerca de 19 milhões de euros em Leixões.


5 comentários:

dannyffs disse...

Tinha que ser o governo a estragar uma fonte de riqueza só mesmo em Portugal. E claro está que iremos perder escalas. Por exemplo a Madeira irá perder escalas para as Canárias em 2012 e ainda por cima que aqui na Madeira ja estamos nas 330 escalas em 2011,talvez para 2012 será apenas 250 quem sabe . Um feliz Natal daqui da Madeira

Anónimo disse...

Cambada de PALHAÇOS!!!!!

Quando devemos tentar cativar mais turistas e oferecer condições ás companhias que fazem o favor de muitas vezes escalarem os nossos portos, agora criamos esta taxa!!!
Espero que o G.Regional tenha o bom senso de não a aplicar nos Açores. Tenho quase a certesa de que a Madeira vai dar a volta e não vai aplicar a mesma.

LUIS MIGUEL CORREIA disse...

Muito triste esta situação...

Anónimo disse...

Só mesmo um desgraçado bando de desgovernantes pode ter tão asquerosas idiotices,Desse bando não se espera nada!É urgente correr com tanta mediocridade e desfaçatez que nos "lixa" a todos!!

Bruno Rodrigues disse...

Bem, isto começa a ser exploração até não poder ser mais. Vamos a ver se neste assunto vamos ter também um Robin dos Bosques (leia-se, Governo Regional dos Açores a aplicar a legislação de forma diferenciada, ou por e simplesmente não a aplicar). Tenho sérias dúvidas que a Madeira acate com isto.

Obrigado a todos pela partilha da opinião.

Feliz Natal.