terça-feira, 29 de junho de 2010

1º Salão de Turismo de Cruzeiros

Logótipo do evento

O Azores Cruise Club, em conjugação com a Associação Portas do Mar, Portos dos Açores e APSM promove, de 2 a 4 de Julho no Pavilhão do Mar, o 1º Salão de Turismo de Cruzeiros.

Esta mostra, integrada nas comemorações do 2º Aniversário das Portas do Mar, tem inauguração marcada para as 20h00 de sexta-feira e conta com uma exposição de fotografias de navios, postais antigos e miniaturas. Outras iniciativas incluem a projecção de documentários sobre a temática de navios de cruzeiro (viagens, construção de navios), bem como palestras. Os visitantes terão também oportunidade de conhecer as ofertas especiais de viagens de cruzeiro disponibilizadas pelas Agências de Viagens associadas ao evento.


Porto de embarque: Pavilhão Portas do Mar

Horário das escalas:
6ª feira - 2 Julho das 20h às 23h
Sábado - 3 Julho das 18h às 23
Domingo - 4 Julho das 16h às 23h

O programa completo será divulgado ainda hoje.

Embarque connosco nesta nossa primeira viagem e descubra a fantástica industria do turismo de cruzeiros nos eventos que preparamos especialmente para si!
Patrocinios:

segunda-feira, 28 de junho de 2010

1º Encontro Nacional de Entusiastas de Navios

Fotos: Azores Cruise Club - Funchal - Madeira - 2010/06/26&27

No passado Sábado decorreu no Hotel Porto Santa Maria no Funchal, Madeira, o 1º Encontro Nacional de Entusiastas de Navios. Esta iniciativa, englobada nas comemorações do 17º Aniversário do Clube de Entusiastas de Navios da Madeira (CEN) juntou intervenções de entusiastas da Madeira (Sérgio Ferreira e João Abreu), dos Açores (Bruno Rodrigues e António Silva, sendo que o último representou também Portimão) e do continente (Luís Miguel Correia).

Intervenção de Bruno Rodrigues

A conferência, presidida pelo presidente do CEN Luis Filipe Jardim, contou também com a presença do presidente da APRAM, Bruno Freitas. As interessantes palestras proferidas sobre os navios, os cruzeiros e os blogues fizeram manter na sala durante 2 horas os sócios e simpatizantes presentes neste primeiro encontro.

 Intervenção de António Silva

As intervenções sobre o Azores Cruise Club (Bruno Rodrigues e António Silva) abordaram a origem do projecto, os passos que foram dados até hoje e os seus objectivos. Sérgio Ferreira e João Abreu falaram sobre os seus respectivos blogues (Sergio@Cruises e Navios no Atlântico). A finalizar a conferência, o escritor Luís Miguel Correia falou do seu interesse pelos navios num já longo percurso de actividade desde a fotografia, a Revista da Marinha e a escrita de cerca de 20 livros dedicados ao mar e aos navios.

 Luís Filipe Jardim e Luís Miguel Correia

Seguiu-se um jantar convívio com o tradicional bolo e brinde de aniversário. A todos, e em especial ao CEN, à sua direcção e seus sócios, o ACC agradece a hospitalidade, receptividade, amizade e apoio. Esta conferência foi um importante contributo para o ACC, na sua ainda curta caminhada, abrindo horizontes através da partilha de informações e experiências.

Um dos vários e originais centros de Mesa - por Eugénio Santos (CEN)

Parabéns C.E.N. !


Ships & The Sea - Blogue dos Navios e do Mar

sexta-feira, 18 de junho de 2010

1ª Fase da Requalificação do Porto da Horta

O Projecto Integrado de Requalificação e Reordenamento da Frente Marítima da Cidade da Horta (RECAPE), sob a alçada da Administração dos Portos do Triângulo e do Grupo Ocidental S.A. (APTO, S.A.) e da tutela (Secretaria Regional da Economia), pretende adaptar o Porto desta cidade (o único comercial da ilha do Faial) aos novos tempos, melhorando as existentes valências de passageiros, náutica de recreio, carga a granel, contentores e pescas.

 Foto: Bruno Rodrigues - Horta - Agosto 2008

Este projecto, numa primeira fase (já em execução), contempla a expansão do porto e actividades portuárias com a criação de uma nova bacia portuária a Norte. Esta nova zona destina-se a satisfazer e optimizar os requisitos do importante tráfego de passageiros inter-ilhas (actualmente a funcionar a sul). Estava prevista inicialmente a capacidade de receber navios de cruzeiro nesta bacia, o que não se irá verificar.


A construção desta nova bacia portuária, com entrada virada a sul, terá um molhe com cais acostável no bordo interior destinado a ferries, que poderão ter a capacidade de transportar, não só passageiros, mas também viaturas. A nova gare marítima também será construída neste lado da cidade, de acordo com este projecto.
O molhe de protecção, que se encontra neste momento em construção, irá assegurar as condições de tranquilidade em termos de agitação marítima e na facilidade de manobra dos navios no interior da bacia.


 Foto gentilmente cedida por Luís Correia, Horta. 
Planta de obra - Placard metálico - Maio 2010 - Aumentar

De acordo com o Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução de 2008 (disponível aqui: http://www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/7BBCB7CB-30F9-4944-A186-32A8B20A803D/0/PortoHortaSumExeFaseI.pdf), analisando os dados do projecto de Execução na página 7, facilmente constatamos o porquê deste novo cais afecto ao Molhe não receber navios de cruzeiros. De facto, este terá um comprimento útil de serviço na ordem dos 320 metros, com fundos de serviço na ordem dos -6 metros (ZH – Zero Hidrográfico), o que é aceitável para a operação de ferries, mas manifestamente pouco para a operação de navios de cruzeiros, como foi anunciado inicialmente. A grande maioria dos navios de cruzeiro de grande porte tem um calado entre os 7 e os 8 metros.


A grande diferença entre o projecto inicial (profundidades na ordem dos -12 metros) e o projecto final (profundidades na ordem dos -6 metros) ficou a dever-se ao facto do respectivo molhe agora estar muito mais próximo de terra do que antes, onde os fundos se situam a cotas mais altas.




De 2007 às declarações de Duarte Ponte em 2008, algumas coisas mudaram. O propósito de receber navios de cruzeiros ficou então adiado para a segunda fase do projecto, que pretende requalificar o porto comercial existente. Para esta fase está então previsto o aumento da profundidade para os -12 metros (ZH) do cais-molhe sul. A Horta passará então a poder receber no porto os navios que habitualmente atracam em Ponta Delgada. De recordar que a maior profundidade no Porto Comercial de Ponta Delgada ronda os -12 metros (ZH) no denominado cais 12. No entanto a Horta irá continuar a receber navios de cruzeiros num porto comercial, ao invés de centralizar essas actividades no novo cais Norte.



São já vários os navios de cruzeiro que escalam a cidade da Horta durante as épocas de reposicionamentos, sendo que a maioria fundeia ao largo do porto. Actualmente o cais-molhe do porto comercial da Horta tem uma profundidade de -7,3 metros (ZH), de acordo com a Portos dos Açores. O Seven Seas Voyager, com 7 metros de calado, foi o maior navio de cruzeiros (em comprimento) a atracar neste porto até à data. Salienta-se também a atracagem do Black Watch em 2007 (http://rotadashortencias.blogspot.com/2007/11/doca-da-horta-recebeu-maior-navio-dos.html), com 7,3 metros de calado e do Discovery, com 7,49 metros de calado. Nestes casos verificaram-se condições excepcionais para que as manobras acontecessem e os navios não tivessem que fundear ao largo, como é habitual (vento, ondulação, marés favoráveis e apoio de rebocador).



Dos -7,3 metros de profundidade actuais do molhe-cais sul para os -12 metros que se pretendem com a requalificação existe uma óbvia diferença significativa. Embora tal não esteja ainda em fase de projecto, o argumento é que para o interior das fundações do molhe-cais sul os fundos estão a cotas mais baixas, pelo que foi justificado que com o enchimento da curvatura do molhe sul na sua parte virada para o interior do porto será possível aumentar os fundos. Não há ainda estudos sobre se tal é conveniente em termos de hidrodinamismo (agitação marítima, ondulação e correntes).



O novo cais Norte vai sem dúvida responder às exigências mínimas da procura que já existem nos transportes inter-ilhas, em especial nas ilhas do Triângulo (São Jorge, Pico e Faial), trazendo consigo melhorias significativas de serviço, contrastando com o caos e falta de condições da gare de passageiros actual. No entanto são vários os que vaticinam que este poderá não responder às possíveis exigências no futuro nestas ilhas de maior tráfego de passageiros.



Quanto à melhoria de condições para o turismo de cruzeiros, não existe uma data para o arranque da segunda fase do Reordenamento do Porto da Horta, logo não sabemos quando poderá o Porto da Horta receber os grandes navios cruzeiros que actualmente fundeiam ao largo, bem como aqueles que não escalam a cidade por essa razão.


Como ficaria bem o novo e elegante Queen Elizabeth atracado no porto da Horta, capital do iatismo internacional!


ACTUALIZAÇÃO: veja também Alterações no Novo Caís Norte da Horta (2010/10/01)

Referências:
Black Watch atracado no Porto da Horta (2007)
Canal de Vídeos Azores Cruise Club - Youtube
Fotos das Obras em Curso (Ship Spotting in Faial Island)

sábado, 12 de junho de 2010

CEN Madeira promove encontro nacional

Por ocasião do seu 17º aniversário, o Clube de Entusiastas de Navios da Medeira (CEN) vai organizar uma conferência que irá juntar entusiastas de navios do país. Os navios, o mar, os portos, a actividade marítima vão estar em debate.  

A fotografia, os blogues, o coleccionismo, as viagens culturais num intercâmbio nacional que o CEN pretende repetir ano após ano. O CEN convidou para este encontro o escritor Luís Miguel Correia, autor de vários livros dedicados ao mar e aos navios, os membros fundadores do futuro Clube de Entusiastas dos Açores, designado por Azores Cruise Club (ACC), Bruno Rodrigues e António Silva, que falarão respectivamente dos blogues de navios nos Açores e em Portimão. Autores de blogues de navios na Madeira terão também oportunidade de intervir nesta conferência. 

O encontro está marcado para o dia 26 de Junho, na sala de conferências do Hotel Porto Santa Maria no Funchal, entre as 18 e as 19:30. Segue-se o jantar de aniversário do CEN que antecede o último espectáculo piro-musical da edição deste ano do Festival do Atlântico, e que os participantes na festa podem assistir do Hotel.

Desde já o nosso agradecimento à organização do CEN, na pessoa de Luís Filipe Jardim, pelo convite endereçado ao ACC, que muito nos honra.


CEN Madeira
Luís Miguel Correia
Portimão Cruises

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Memórias: Saga Rose (um adeus anunciado)

Texto: André Moura (ACC)


Preferíamos escrever este artigo por outras razões que não esta triste, mas inevitável, notícia em relação a um dos mais belos e emblemáticos navios de passageiros dos últimos tempos. De facto, se estivéssemos a antever a sua visita ao nosso porto seria bem mais agradável do que constatar que a sua carreira está a terminar, uma vez que já se encontra na cidade chinesa de Jiangyin, conhecida por possuir uma grande indústria sucateira.


É com imensa tristeza que constatamos esta dura realidade, onde, nem mesmo os mais belos navios resistem às directivas do SOLAS 2010 ou aos novos propósitos comerciais de determinadas companhias. A sua longa paragem, à espera de um comprador que nunca surgiu, só deixava margem para este lamentável cenário.

Em conjunto com o Saga Ruby, o Saga Rose é ainda considerado como um dos melhores exemplos de navios de cruzeiro que foram construídos até hoje, seguindo a linha clássica dos belos e elegantes transatlânticos das décadas de 50 e 60.

Se tivermos em conta que nos nossos dias deparamo-nos com alguns navios de cruzeiro com formas mais ao estilo “caixote” ou hotel flutuante, contemplar o Saga Rose é recordar uma época, já distante, que deixou muitas saudades, uma vez que os navios de então apresentavam uma elegância e glamour difíceis de igualar actualmente.


Categoria: ****
Companhia/Operadora: Saga Group Ltd/Saga Cruises
Construtor: Société Nouvelle des Forges et Chantiers de La Mediterranee
Ano de Construção: 1965
Designações anteriores: Sagafjord; Gripsholm
Tonegagem: 24,528 t
Comprimento: 188,9m
Boca: 24,5m
Calado: 8,3m
Potência: 2x Diesel 9 cilindros Sulzer 20,150 kW 2H
Velocidade de serviço: 18 nós
Capacidade máxima de passageiros: 574
Elementos de Tripulação: 350
Oficiais: Britânicos
Vida a bordo: Premium
Bandeira: Nassau


Construído em 1965, nos estaleiros da Société Nouvelle des Forges et Chantiers de La Mediterranee, em La Seyne, França, o Saga Rose começou a sua carreira como o SAGAFJORD (foto acima), navio que pertencia à companhia Norwegian America Line (Den Norske Amerikalinje A/S), doravante NAL, para realizar a carreira entre Oslo e Nova Iorque. Nesta primeira fase, o Sagafjord tinha sido destinado a transporte de passageiros, mas a NAL tinha em mente, no futuro, realizar algumas viagens de lazer.
Em 1983, o Sagafjord foi vendido à Cunard Line Ltd (foto abaixo) e, curiosamente, manteve o mesmo nome, uma vez que continuava a fazer serviço para a NAL.
 


Em 1996, foi alugado à Transocean Tours durante 6 meses, companhia esta, que decidiu mudar o nome do navio para Gripsholm (foto acima). O então Gripsholm, numa das suas viagens, sofreu um incêndio a bordo e encalhou, tendo, necessariamente, que ser reparado. No ano seguinte, foi adquirido pelo seu actual proprietário, a Saga Group Ltd, que o sujeitou a profundas remodelações, inclusive de nome, pois passou a designar-se SAGA ROSE.


Em 2006, esteve novamente em estaleiro com vista a uma última vistoria e restyling. Dois anos mais tarde, a Saga anunciou que 2009 seria o último ano que o Saga Rose efectuaria serviço naquela companhia.


Também nos navios, a idade não perdoa, os seus 45 anos foram determinantes para esta decisão, esperava-se era que este clássico transatlântico não fosse para a sucata, muitos falaram em hotel flutuante, outros em navio-museu, mas o que ninguém queria acaba por ser o mais do que provável.


Nas suas várias designações, este navio fez imensos cruzeiros um pouco por todo o lado, aliás, destacou-se nas célebres viagens de volta ao mundo, cruzeiros que atraíam muitos daqueles capazes de despender uma avultada quantia para viajar em grande estilo. E mais, no Saga Rose como nos restantes barcos da companhia, só podem viajar passageiros com 50 ou mais anos, não sendo tanto uma situação de descriminação mas mais numa política direccionada para um sector específico do mercado.


O Saga Rose é como um Rolls-Royce ou um Bentley, nem com a idade fica fora de moda. Com um interior luxuoso, elevados padrões de qualidade no serviço abordo, uma linha clássica e a tradicional chaminé a meio do navio, é lamentável que o seu destino final seja a sucata chinesa. Merecia melhor, muito melhor!
 
O Saga Rose visitado em Novembro de 2009 pelos seus construtores. Fonte: Youtube

Últimas escalas em Ponta Delgada (desde 2005):
18 de Novembro de 2005
01 de Maio de 2007
30 de Dezembro de 2007
24 de Março de 2008
09 de Janeiro de 2009


Adeus Saga Rose - Blogue Navios no Funchal

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Vídeos do ACC

Hoje voltamos a dar destaque aos mais recentes vídeos adicionados no Youtube captados recentemente pelo nosso clube.
Para os visualizar com maior qualidade de som e imagem, aconselhamos a visita ao Youtube, através das ligações de cada vídeo.



Vídeos de Navios de Cruzeiros nos Açores (Youtube) 

domingo, 6 de junho de 2010

Últimas Fotos no Ship Parade

Na ressaca do intenso período de movimento de cruzeiros em Ponta Delgada, com o reposicionamento de navios da América para a Europa, foram 2 as fotos do Celebrity Century seleccionadas pelo conhecido portal Ship Parade.




Felicitamos desde já os autores das fotos!

O ACC pretende constituir a curto/médio-prazo o seu próprio directório de fotos enviadas pelos leitores do blogue. Até que tal venha a ser concretizado, encorajamos os nossos leitores a enviar as vossas melhores fotos para cruzeirospdl@gmail.com , indicando o nome do navio, data e local dos Açores em que a foto foi tirada (exclusivamente nos Açores). Para já as fotos estão a ser adicionadas à Galeria Picasa.

Enviar fotos para o Ship Parade é também um processo simples, bastando seguir as instruções indicadas aqui. Depois é só aguardar alguns dias para verificar se a sua foto foi seleccionada para constar no portal ou mesmo para "Photo of the Week".

sábado, 5 de junho de 2010

Diário de Um Transatlântico

"'Diário de um Transatlântico', é uma série documental composta por seis episódios, vai mostrar o que torna possível uma viagem repleta de glamour e luxo. Através de câmaras que seguem a tripulação para todo o lado, inclusive para as zonas restritas, os telespectadores vão poder acompanhar desde um drama na ponte do capitão até às situações mais rotineiras da vida dos tripulantes. As equipas a bordo têm que estar preparadas para qualquer tipo de situação, como atritos entre os animadores a bordo, condições de navegabilidade nada favoráveis que tornam a manobra de entrar na doca bastante complicada ou mesmo uma tragédia a bordo."

É desta forma que o site do National Geographic Channel descreve esta interessante série, que tem estado em exibição nos últimos tempos. "Cruise Ship Diaries" (título original) foi filmada a bordo do navio Costa Serena, da Costa Cruzeiros


O site português do conhecido canal televisivo disponibiliza alguns excertos interessantes da série. A não perder!


Próximas exibições/repetições (horas dos Açores):
06 Junho - 16h00 - Concerto de Rock (ep.4)
08 Junho - 20h15 - Dança Comigo (ep.5)
09 Junho - 07h40 - Dança Comigo (ep.5)
09 Junho - 12h40 - Dança Comigo (ep.5)
09 Junho - 16h50 - Dança Comigo (ep.5)
15 Junho - 20h15 - Contagem Decrescente (ep.6)
16 Junho - 07h40 - Contagem Decrescente (ep.6)
16 Junho - 12h40 - Contagem Decrescente (ep.6)



Programação National Geographic Channel (Zon)
Programação National Geographic Channel (Meo)
Diário de Um Transatlântico (NatGeoTv) 

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Memórias: Celebrity Cruises (Parte 2/2)

Texto: André Moura (ACC)


Este ano de 1997 marca também o fim do domínio da família grega no grupo Chandris, quando este foi adquirido pela Royal Caribbean Cruises Limited. Acrescente-se ainda, que também a Carnival Corporation fez uma proposta tendente à aquisição da Celebrity mas foi a Royal Caribbean quem acabou por concretizar a transacção. Doravante, os destinos desta companhia já não passavam pela gerência grega mas a sua presença continuou e continua bem vincada, quer na letra X que está presente em todas as chaminés dos navios da Celebrity (que corresponde no alfabeto grego ao C, C de Chandris) quer na contratação de oficiais gregos para os comandos dos vários navios da sua frota.

Com a última aquisição da classe Century, neste caso o Mercury, a Celebrity decidiu vender o seu primeiro navio, o célebre Meridian, à Sun Cruises, companhia de Singapura que lhe atribuiu o nome de Sun Vista. O ex Galileo Galilei acabou por operar pouco tempo no Oriente, pois a 20 de Maio de 1999, um incêndio deflagrou na casa das máquinas acabando o navio por se virar e afundar no estreito de Malaca.

O ano 2000 marcava o início de uma nova fase para a construção de navios para a Celebrity, precisamente com a entrega do primeiro navio de uma nova classe. Apropriadamente chamada de classe Millennium, visto ter sido entregue no dealbar do novo milénio, o primeiro navio não podia ter outro nome senão Millennium, embarcação diferente dos seus antecessores, não só pelo tamanho, pintura ou interiores mas principalmente pelo seu peculiar sistema propulsor. De facto, as turbinas a gás foram, de certa forma, controversas e causaram preocupação nos primeiros testes de mar realizados pelo Millennium. Este navio teve vários problemas entre Julho de 2000 e Abril de 2001, o que o obrigou a ser sujeito a várias alterações pelos engenheiros dos estaleiros franceses de Chantiers de l’Atlantique.


Estes problemas, relacionados com o sistema eléctrico que comanda a propulsão por pods, acabaram também por afectar todos os restantes navios desta classe. Quer o Infinity, quer o Summit ou o Constellation tiveram inúmeros cancelamentos por avarias ao nível dos pods. O sistema de turbinas a gás instalado na classe Millennium foi uma autêntica dor de cabeça para os responsáveis da Celebrity, originando contestação junto dos estaleiros franceses de Saint Nazaire.

Em 2004, a companhia comprou um pequeno navio para expedições às ilhas Galápagos, alargando, desta forma, o âmbito dos seus cruzeiros. O Xpedition (foto abaixo), antigo Sun Bay I, foi alocado a uma subsidiária recém-criada para o efeito da Celebrity, neste caso à Celebrity Xpedition Cruises e, inclusive, o navio foi registado no Equador para que assim tivesse autorização para navegar naquela zona protegida do planeta.


No ano de 2005, nova expansão da companhia, desta feita numa parceria com a Quark Expeditions para realização de cruzeiros partindo do Canadá com destino ao Árctico, servindo-se, para o efeito, do navio quebra-gelo Kapitan Khlebnikov.

O ano de 2007 parecia destinado para que esta empresa alargasse a sua subsidiária Celebrity Xpeditions, com dois novos navios transferidos da Pullmantur. Nesta sequência, vieram o Blue Moon e Blue Dream, ambos da célebre classe R (Renaissance). Contudo, a Royal Caribbean colocou-os, não no segmento de expedições inóspitas, mas sim a realizar cruzeiros destinados a um público que pretende um tipo de serviço entre o Premium e o Deluxe, criando, para o efeito, uma nova subsidiária, a Azamara Cruises. Em 2008, os navios da Celebrity Cruises adoptaram a moda de colocar o nome da companhia antes do nome original.


Neste mesmo ano, é lançado um novo navio para a Celebrity Cruises, o primeiro a ultrapassar a barreira dos 300 metros e a das 100.000 toneladas. O Celebrity Solstice (na foto acima) inaugurou uma nova classe, precisamente a classe Solstice, de navios de grandes dimensões e, preferencialmente, sem os problemas que a classe anterior apresentou. Talvez por este último facto, não terá sido por acaso que a Celebrity voltou a trabalhar com os estaleiros alemães de Meyer Werft, em Papenburg, encomendando nada mais nada menos que cinco projectos, três dos quais já concluídos.


Para além do já mencionado Solstice, estão já a navegar os gémeos Equinox (na foto) e Eclipse, estando programada, para o próximo ano, a entrega do Celebrity Silhouette e, em 2012, de um quinto navio ainda com nome por atribuir. 

Actualmente, os navios Horizon (actual Pacific Dream), Zenith e Galaxy já não fazem parte da Celebrity Cruises, prevendo-se que, no próximo ano, o Celebrity Mercury siga a rota do Galaxy ao integrar a TUI Cruises, assumindo aí a designação de Mein Schiff 2.

A Chandris foi uma companhia famosa entre as décadas de 60 e 80, mas não deixava de ser uma empresa de segundo plano. A sua integração no grande consórcio que é a Royal Caribbean International, conjugada com a aquisição de novos navios, mais modernos e apelativos, valeu-lhe um enorme salto qualitativo, mostrando que os gregos souberam aproveitar as oportunidades certas e os timings próprios para crescer num mercado cada vez mais competitivo e exigente.


Referências

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Memórias: Celebrity Cruises (Parte 1/2)

Texto: André Moura (ACC)




Foi no ano de 1988 que foi criada a Celebrity Cruises, resultado de uma restruturação operada no seio da famosa companhia grega de cruzeiros Chandris, que criava assim um subsidiária direccionada para um mercado de elevados padrões de qualidade, algo que a Chandris não fazia, pois o segmento a que se destinava era claramente de baixo custo.

A Chandris era uma companhia famosa no ramo de transporte de passageiros e de cruzeiros, possuía imensos navios, alguns de nomeada que até ficaram na história marítima do século XX, como foram os casos do Australis, Amerikanis ou do Regina Magna (foto abaixo). Todos, sem excepção, eram comprados em segunda mão, reconstruídos ou adaptados, não obstante, eram muito conhecidos e apreciados e o armador grego acabou por se impor claramente no segmento médio/baixo de passageiros e cruzeiros entre as décadas de 60 e 80.


Curiosamente, só com a fundação da Celebrity é que o grupo Chandris efectuou a primeira encomenda a um estaleiro de um navio novo para cruzeiros, algo que até então nunca tinha sido concretizado. Ora tal situação ficou-se a dever ao interesse em assegurar um contrato vantajoso para as ligações entre Nova Iorque e a Bermuda, uma vez que a companhia de luxo Home Lines, tinha sido comprada pela Holland America Line, que a retirou daquele serviço, deixando em aberto duas vagas atribuídas pelo governo local. A Chandris Fantasy Cruises, ou seja a parte americana da empresa Chandris, não tinha estatuto para ganhar essa concessão mas com a nova subsidiária e navios novos tudo seria diferente.

Neste sentido, o armador grego, que ganhou o referido contrato, apostou claramente no segmento de luxo, mudando assim radicalmente os propósitos iniciais que norteavam a Chandris, optando, gradualmente, por renovar a frota com navios novos e abdicar dos restantes, já muitos deles com evidentes sinais de desgaste.


Enquanto o navio Horizon era construído nos estaleiros alemães Meyer Werft, em Papenburg, a Celebrity socorreu-se do navio Galileo, então ao serviço da Chandris Fantasy Cruises, para cumprir o contrato que tinha recentemente conseguido. Este Galileo foi um famoso transatlântico italiano da companhia Lloyd Triestino, na altura designado Galileo Galilei, de linhas elegantes e harmoniosas, respeitando a tradição italiana em relação a navios de passageiros.


Neste contexto, o navio foi alvo de uma profundíssima remodelação, para corresponder aos novos desígnios desta companhia. Tornou-se, assim, o primeiro navio da Celebrity Cruises e com o nome de Meridian. Em 1990, o Horizon fez a sua viagem inaugural e foi colocado no serviço entre os Estados Unidos e a Bermuda, onde rapidamente se tornou um navio muito apreciado e popular.


Esta situação levou os responsáveis da Chandris a apostarem claramente no modelo traçado para a Celebrity Cruises, por via desse facto foi encomendado um navio idêntico ao Horizon, concluído em 1992, com o nome Zenith (na foto). Este último era destinado a rotas nas Caraíbas, o que levou a um crescimento importante nas operações desta nova companhia.

Nesse mesmo ano, a Chandris realizou uma “joint venture” com uma grande empresa americana, a Overseas Shipholding Group Inc., o que permitiu a injecção de capital na ordem dos 220 milhões de dólares. Estavam assim abertas as portas para que, a agora designada Celebrity Cruise Line Inc., apostasse num crescimento da sua frota bem como das áreas operadas. Não foi surpresa, que no ano seguinte o presidente do grupo Chandris, John Chandris anunciasse a encomenda de três novos navios, todos eles a serem construídos nos estaleiros alemães de Papenburgo.

O resultado desse anúncio materializou-se em 1995, quando foi lançado o Century (foto abaixo), navio de consideráveis dimensões com 246 m e suportando 72.000 toneladas. Nos anos seguintes, foram lançados os ainda maiores GalaxyMercury, respectivamente em 1996 e 1997.