quarta-feira, 11 de julho de 2012

Conferência "Cruzeiros Marítimos - Um sector em forte crescimento"


 
A Conferência Cruzeiros Marítimos, promovida pelo FEEM em parceria com o jornal OJE, que se realizou no dia 5 de julho, no Salão Nobre da Associação Comercial de Lisboa e da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, não deixou margem para dúvidas: o setor está em forte crescimento e é preciso aproveitar esta onda positiva numa altura em que o país está mergulhado numa grave crise.

É certo que o setor dos Cruzeiros Marítimos está a crescer a dois dígitos em Portugal  e em contraciclo com a economia. Portugal é o 12.º país europeu com mais impacto direto da indústria dos cruzeiros: 195 milhões de euros em 2011. Mas também é certo que os recursos captados valem apenas 2% do turismo, sendo necessário aproveitar o potencial ímpar do continente e das ilhas da Madeira e dos Açores.


Para isso, há que responder aos desafios que são impostos ao setor  e que merecem o trabalho e a dedicação de todos os intervenientes ligados à indústria dos Cruzeiros Marítimos. A ideia é "criar e captar negócio na perspetiva de rede. Faz sentido caminhar lado a lado", disse Bruno Freitas, diretor regional do Turismo da Madeira, na sua intervenção, durante a Conferência Cruzeiros Marítimos, promovida pelo Fórum Empresarial da Economia do Mar (FEEM) em parceria com o jornal OJE, que decorreu no passado dia 5 de julho, em Lisboa.

"A aposta nos cruzeiros é a melhor forma de promover o destino. Um bom acolhimento capta o interesse e potencia o turnaround", defendeu. "As entidades responsáveis pelo turismo devem olhar com alguma diferenciação para o que o setor dos cruzeiros representa em Portugal", apelou, por seu lado, Filipe Macedo, responsável do Porto de Ponta Delgada. Algo a que Frederico Costa, presidente do Turismo de Portugal, não é alheio, reconhecendo que Portugal está a crescer acima da média mundial. "O Turismo de Portugal acompanha tudo e não existe nada que cresça ao ritmo dos cruzeiros. O trabalho que está a ser feito é muito bom", apontou o responsável. Mas, no que diz respeito ao investimento em potenciais infraestruturas ou melhoramento dos portos, Frederico Costa advertiu: "Sabemos como o país está. O momento pode não ser o ideal".

 Portos dos Açores, SA, representada pelo Dr. Filipe Macedo, no painel de palestrantes
na conferência ”Cruzeiros Marítimos - Um sector em forte crescimento" 

Mesmo assim, na opinião de António Belmar da Costa, diretor executivo da AGEPOR, "o equipamento portuário de que dispomos permite encarar o crescimento de uma forma natural". Para o responsável, é altura de "atrair os navios grandes e os mais pequenos, de sermos mais seletivos e de olhar para nichos". Belmar da Costa salientou ainda a urgência de se promover os produtos portugueses a bordo dos embarcações e a necessidade de as cidades apoiarem mais os portos, como faz a Madeira, que prima pelo Grau de Excelência de Qualidade. Bruno Freitas, diretor regional do Turismo da Madeira, salientou que tem de haver preocupação com a oferta turística e de inovar nas cidades. Em 2011, o turismo de cruzeiros atraiu, à Madeira, 540 mil turistas, 303 escalas e gerou 50 milhões de euros em receitas totais para a economia local. O número de passageiros está a crescer 10% ao ano no Porto do Funchal. 

Entre os desafios que se colocam à actividade sobressaem a diversificação dos mercados de origem (ainda muito concentrados na Europa, e em particular na Alemanha e no Reino Unido), a redução da sazonalidade e o aumento do impacte directo na economia nacional. 

Os portos de Lisboa e Leixões têm em curso a construção de novos terminais de cruzeiros. E o mesmo já fizeram o Funchal e Ponta Delgada. São investimentos vultuosos mas, como concluiu o estudo do European Cruise Council, cada milhão de euros gasto na indústria de cruzeiros gera 2,45 milhões de euros de volume de negócios.

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